Vejo
a vaidade como a primeira causa determinante para os efeitos dos conflitos
institucionais. E com a devida vênia, não me venham imputar culpa na
instituição, instituto, órgão, organização, entidades, sistemas... Porque todas
essas rotulagens abstratas são feitas, constituídas, compostas, conduzidas e
dirigidas por algo concreto, isto é, pelo homem. Então, percebo em certas
falas, a insidiosa manobra ao dizer que precisamos reformar o sistema, melhorar
as nossas instituições, quando a bem da verdade deveria ser dito que precisamos
mudar o pensamento, reformar a conduta e o caráter do homem. Pois, ao se
atribuir a culpabilidade às aludidas nomenclaturas, é igualar todos os homens ao
mesmo patamar de moral e ético, e ainda colocá-los no mesmo cesto, eximindo-os
da culpa. O que me faz lembrar a histórica frase: “Se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe
poder” de Abraham Lincoln.
E o
cenário atual que se vive é esse, onde impera a vaidade predomina o egoísmo.
Nesse entender fica claro que, está se colhendo o que se plantou. E a pergunta
é essa: a que ponto chegará ou aonde vamos parar? Se os homens inteligentes não
despertarem para a ciranda criada por deixarem de cumprir aquilo que eles
mesmos preceituaram e determinaram como regra de conduta, o resultado será
sempre esse, conflitos catastróficos.
Assistimos
de camarote os interesses partidários de cada grupo, construindo seus cercados
e murados para se sobrepor aos demais. Por uma questão de zona de conforto
alicerçada pela garantia das estabilidades financeiras, econômicas e ocupações
funcionais, olvidaram-se que toda ação tem uma reação. Para cada ato que se faz
ou decisão que se toma, existe uma conseqüência. Assim, diante do descaso dos
cumprimentos do dever legal para o qual foram legitimados a fazerem, nas
omissões exacerbadas por se auto intitularem melhores e donos, e ainda por cima
praticando ações que atreveram-se a agir independentemente, gerando
conseqüências que atingiram outros tantos vaidosos, o resultado só pode
terminar no conflito ora existente.
É
muito bonito, chegando a comover, quando nos deparamos com homens debruçados no
campo das virtudes, da moral e da ética, e dentro deste contexto transcrevem
escrevendo regramento, normas, preceitos, instruções normativas, TAC, IN, que
são pérolas de recompensa da obediência, da conduta, do comportamento, da
lisura... Porém, em contrapartida entristece porque não passam de letras mortas,
quando recai para eles cumprir o que foi posto teoricamente para todos, ou
seja, o velho jargão “Faça o que eu
digo, mas não faça o que eu faço” (ditado popular). E nesse diapasão posso
citar: Aos amigos, tudo! Aos inimigos, os rigores da Lei! (Getúlio Vargas)
A segunda causa é a quebra da confiança, onde
a cada dia que passa está se experimentando um mundo desconfiado. Esse é um
ponto tão importante de ressaltar porque se entendermos que a confiança é uma
crença das situações de risco coadunada ao comportamento humano operacionalizado
pela probidade moral, não haverá marge de dúvida de que o resultado sempre será
a redução de conflitos e o aumento da satisfação e motivação geral. De forma
prolixa e repetitória destaco e reafirmo que confiança parte do principio de
credibilidade e responsabilidade, coadunado ao ato implícito de delegação.
Assim, como alvitre fica o entender de que para se ter uma estabilidade é
preciso primeiro ter confiança. Nesse delineamento, falar em estabilidade no
sistema (homens) de saúde, sistema (homens) previdenciário, sistema (homens)
aposentadoria, sistema (homens) segurança pública, é preciso ter confiança,
para se atingir a tão almejada estabilidade dos sistemas (homens). Entretanto,
fica a pergunta no ar: como ter confiança se a vaidade impera? E diante da
pergunta, ainda deixo como introspecção a seguinte frase de François La Roche foucauld:
”A confiança que temos em nós mesmos
reflete-se, em grande parte, na confiança que temos nos outros”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário