domingo, 3 de abril de 2016

AMIZADE VERDADEIRA SOMENTE NA VERDADE

Amizades são pérolas valiosíssimas, e como não podiam ser diferentes, temos vários tipos de amizades iguais às pérolas, que tem vários tons de cores, seus valores e suas raridades.
Como dizia Antoine de Saint-Exupéry, autor do livro “O Pequeno Príncipe”, onde expressa-se com essa frase: “Num mundo que se faz deserto, temos sede de encontrar amigo”.
Amizade é algo valioso, nascem de muitas semelhanças e também de diferenças. Sendo este sentimento de grande afeição, simpatia, apreço, acabamos, de forma implícita, nos tornando reciprocamente cativos, responsáveis, ou seja, as retribuições dessa linda amizade forte, sincera, ágape acaba nos tornando co-responsáveis. Tanto o é que, no livro “O Pequeno Príncipe”, possui a famosa frase: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativa”.
Entretanto, jamais devemos falar de amizade sem correlacionar com a verdade. Porque amizade verdadeira tem que ter o alicerce que é a verdade.
Para o filósofo iluminista francês François Marie Arouet, conhecido mundialmente como Voltaire, ele já dizia que amizade é inseparável da sabedoria. E tem uma nota na página 23 do Dicionário Filosófico, Voltaire, Ed. Martin Claret que diz assim:
Amizade é um contrato tácito entre duas pessoas sensíveis e virtuosas. Sensíveis, porque um monge, um solitário, pode não ser ruim e viver sem conhecer amizade. Virtuosa, porque os maus não buscam mais cúmplices. Os sensuais buscam companheiros de devassidão. Os interesseiros reúnem sócios. Os políticos congregam partidários. O comum dos homens ociosos mantêm relações. Os príncipes têm cortesãos. Só os virtuosos possuem amigos.
Nesse sentido, daremos um passo gigantesco quando reaprendermos a ser sincero com todos os outros. Pois, não devemos nunca querer vestir um amigo com a roupagem de cúmplice ou comparsa. Numa relação de amizade, os alicerces se fundam em primeiro lugar na verdade, na sinceridade. E para que se tenha sinceridade, a primazia de plano é o autoconhecimento. Sem ele, inevitavelmente a relação não se sustentará, porque o embusteiro perde a noção de realidade. Para esse entendimento, gosto de tentar fazer uma pequena comparação, ilustrando e trazendo o que já dizia Karl Josef Anton Mittermaier, jurista alemão:
“Um dedicado amigo da verdade reconhece que a certeza, que necessariamente o contenta, não escapa ao vicio da imperfeição humana; que é sempre licito supor o contrário daquilo que consideramos verdadeiros”.
Nesse seguimento, em síntese, digo: seja, antes de qualquer coisa, humano consigo mesmo e para sua amizade, pois animais irracionais erram por não terem o discernimento de pensar. Nós, ainda, temos a escolha.
Assim, ser lógico é ser racional, isto é, não há nenhum tipo de mentira que consiga perpetuar. Não tem como ser um alquimista da verdade ou da sinceridade, iludindo sua amizade com falsidades ou, pior ainda, fazendo acreditar que além de amigo és mago.
O motivo de muitas amizades não se sustentarem é porque nunca começaram de verdade na “verdade”. Foram relações interpessoais cultivadas de maneiras artificiais.
E dentro desse contexto, onde falar sobre verdade e amigos não há fonte igual, melhor ou superior do que a Bíblia, onde menciono quando Jesus confiou tão verdadeiramente em Seus discípulos que não chamavam mais de servidores, mais sim de amigos.
“Eu já não chamo vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que o patrão faz; eu chamo vocês de amigos, porque eu comuniquei a vocês tudo o que ouvi do meu Pai” (cf. Jo 15,15)
A amizade na verdade é tão importante que, até o sistema de pensamento religioso e filosófico que se baseia em reivindicações de uma visão mística da natureza de Deus e das Leis do universo cita:
 “não há religião mais elevada que a verdade”.
Os filósofos e os Advogados são apaixonadíssimos pela sabedoria, logo, para se chegar à sabedoria se percorre um longo caminho de autoexame onde se descobre a verdade. Assim, vemos muitos filósofos e advogados que dão exemplo de virtudes de homens e lições de verdades morais.

A amizade verdadeira de verdade é ato ou efeito de dar espontaneamente algo de muito valor, aquilo que chamamos de sinceridade. Sinceridade esta que deve ser dita e vivida não só na amizade, mas em toda vida.

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