segunda-feira, 18 de abril de 2016

Aquele que fica de braços cruzados pode até não cometer erros, mas também não constrói nada de bom, nem para si nem para o próximo!

Sabemos que num Estado Democrático de Direito, todo tipo de ferramenta legal para retirada de um chefe do poder executivo que não venha a ser pelo voto direto do povo, é bastante traumática.
Contudo, não se deve olvidar que depois de eleito pelo voto direto do povo, a única forma democrática, legítima e legal para que esse mesmo povo possa se manifestar a FAVOR (ratificando sua primeira vontade) ou CONTRA, é somente pelos seus representantes legais, ou seja, pelos deputados federais ou senadores, estes escolhidos e confiados também pela própria vontade e voto do POVO.
Logo, entende-se que qualquer resultado, seja ele “a favor” ou “contra”, no decorrer do processo de impeachment, este terá o crivo do povo.
Nesse linear podemos fazer entender melhor esse conceito. Na vida tomamos decisões, atitudes e escolhas que podem levar a dois caminhos distintos, isto é, ao sucesso ou ao fracasso, a felicidade ou infelicidade, ao bônus ou ao ônus... Então, por uma razão lógica, tudo isso que está acontecendo, tem implicação tanto nas escolhas que nós, povo, fizemos, quanto o que também esses homens públicos e políticos (escolhidos) fizeram. Assim, todo esse cenário nada mais é do que a configuração resultante por quem escolhe e por quem foi escolhido, ou seja, uma simbiose, uma interação, uma associação íntima entre eleitor e candidato.
Entretanto, devemos aprender a fazer colheitas de frutos excelentes de todas as situações ou circunstâncias ruins que aconteceram ou que venham a acontecer.
Nesse sentido, com este segundo processo de impeachment experimentado pelo país, percebe-se com absoluta certeza de que essa ferramenta constitucional está começando a tomar gosto pelo País. País este que está caminhando para sair de uma democracia imatura para atingir uma democracia plena, consistente e consubstanciada de maturidade. Este resultado dessa ferramenta estará alertando, servindo como despertador para que futuros homens públicos e políticos comecem a respeitar o que lhes foram confiados. Que aprendam de uma vez por toda que não é mais aceitável e tolerável o corporativismo e sectarismos de interesses pessoais, que nada se sobreponha acima dos interesses do povo.
                O legado que prenuncia este impeachment é de que o povo não vai mais tolerar meios obscuros de governar, que toda vez que houver traição de voto o povo usará os dispositivos constitucionais para afastar o mal.
Ficou e fica claro que outras expurgações de outros tumores malignos se farão, pois é justo, necessário e dever do povo extirpar todo o mal, para que se inicie uma nova fase. 
Encaminha-se para o término de um processo e deve-se, de forma célere, dar início a outros tantos processos estagnados.
É notório que a população, hoje globalizada, não admita mais ter espaço para a quebra do princípio da confiança pública. 
A humanidade hoje encontra-se carente de transparência, clareza, ética, moral, conduta e caráter ilibado, de sociabilidade, de fraternidade, igualdade e liberdade. Hodiernamente a população não quer mais viver esta relação de disparidade entre os incluídos e os descartáveis, de político-partidário onde fica explícita a carência de motivações coletivas. Basta de cair por terra à desagregação quanto à solidariedade e o coletivo, e reinar o individualismo.
Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém. (1 Cor 6,12)
Isso é muito bom, isto é saudável, é salutar para um povo que almeja uma verdadeira democracia empírica e não utópica.
A vida se faz em ciclos e etapas, e ao fim de uma dessas etapas, fica-nos a obrigação de agradecer a Deus pelos sucessos e fracassos. Nem tudo é sempre perfeito, mas o simples fato de querermos acertar já é uma vitória, afinal só fracassa quem tentou realizar alguma coisa! Aquele que fica de braços cruzados pode até não cometer erros, mas também não constrói nada de bom, nem para si nem para o próximo!

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