O
que deveria ser regra passou a ser exceção. Inicio assim, de forma bem
afirmativa e imperativa, pois na minha visão e entendimento os dois temas que
abordo hoje é de suma relevância para a alma, corpo, mente e coração, como
também importantíssimo para a coexistência e comunhão das pessoas.
Quero
falar de mansidão, que é o estado de espírito de alguém que tem o controle e
domínio sobre seu temperamento e atitudes, ou seja, é a calma, a tranquilidade
e o equilíbrio emocional, disposição estas necessárias para agradar a Deus e
também para convivência e para manter a paz nas relações humanas. E
concomitantemente, falar de virtude.
Mansidão,
este é um tema considerado em desuso, demodê, descostume, obsoleto, anacrônico
por parte do mundano, mas que, em contrapartida, na circunvizinhança cristã tem
um patamar muitíssimo importante por ser o terceiro discurso das
bem-aventuranças (Evangelho de São Mateus), e que é considerada como o Projeto
do Novo Reino, onde basta olhar e ler, e identifica-la como um rol exemplificativo,
com o propósito de ensinar como deve ser o caráter daqueles que buscam o Reino
dos Céus.
Assim,
entende-se que bem-aventurado além de ter o significado de muito feliz, é
prenomeado como a pessoa que terá a glória dos céus.
Ora,
num habitat tão hostilizado, com suas ricas mazelas onde impera e impõe-se a
competividade desumana e anticristã em muitas das relações humanas e
comerciais, não é de se esperar outra coisa a não ser a banalização da mansidão
nesse mundo mundano.
Banalização
esta que, distorce a riqueza e a grandeza não só da mansidão nas
bem-aventuranças, mas também das virtudes. Pois, sendo a mansidão esse estado
de equilíbrio, intrinsicamente a virtude é uma disposição habitual e firme para
fazer o bem.
Nesse
contexto, aprende-se e entende-se que no Batismo, Deus infunde na alma, sem
nenhum mérito nosso, as virtudes, que são disposições habituais e firmes para
fazer o bem.
As
virtudes infusas são teologais e morais. As teologais têm como objeto a Deus;
as morais têm como objeto os bons atos humanos.
As
teologais são três:
1. Fé;
2. Esperança;
3. Caridade.
As morais, que se chamam também virtudes
humanas ou cardeais, são quatro:
1. Prudência;
2. Justiça;
3. Fortaleza;
4. Temperança.
Contudo, benfazejo não confundirmos
virtudes com valores, pois sendo as virtudes hábitos bons que nos levam a fazer
o bem e podemos tê-la desde que nascemos ou adquiri-las depois, tendo como
objetivo uma vida virtuosa chegando a ser semelhante a Cristo, em outra
vertente totalmente diferente temos os valores, que são bens que a inteligência
do homem conhece, aceita e vive como algo bom para ele como pessoa.
Nesse sentido, podemos dizer que os
valores são mais ambíguos, pois nem todas as pessoas consideram as mesmas
realidades como valores.
Todavia, as virtudes têm um caráter mais
universal, pois o que é uma virtude em uma pessoa também o é em outra.
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