A ganância, o
poder, a ambição, a cobiça... Todas essas ações, vontades e sentimentos
desenfreados e desmedidos pelo bem material, pelo status da posição social e
pelos que se autoqualificam que estão mais alto ou estão mais elevados que os
outros geram as terríveis consequências que a sociedade está pagando.
Hoje, o que se
verifica é diferentes segmentos da convivência das metrópoles, uma concepção de
vida e de homem equivocada, a qual se limita a valorizar somente o que se vê: o
material.
Presencia-se e
vive-se, hodiernamente, uma crise de fundamentação, pela qual todos os
alicerces pretéritos construídos são considerados inadequados, frágeis e
incapazes de acompanhar e promover a sustentabilidade do ser humano e a vida.
A
concupiscência sem tréguas pelo poder, a voracidade e anseio incomensurável, a
riqueza de pouquíssimos em detrimento de muitos, a perda do valor à vida, a
destruição do meio ambiente e a descartada da ética, cria-se esta atmosfera de
banalização de valores e o desrespeito.
Quando se
observa à trágica e terrível caída da ciclovia, ceifando duas vidas e
interrompendo sonhos, fica uma interrogação no ar: pode uma obra inaugurada há
pouco mais de três meses, ter sido construída e fiscalizada pela própria
empresa?
Pode ser legal,
contudo não é ético. Vivemos dentro de um estado falido em tudo, em
responsabilidade no uso das verbas públicas, no projeto e planejamento de obras
e até no respeito à vida.
Essa prática
desvirtuada do materialismo, onde uma minoria que exerce o poder usurpador nunca
está satisfeita com o que tem, sempre quer ter mais, sempre busca ter mais, e
nunca mede as consequências do que faz para possuir o que precisa, fará, mais
uma vez, com que esse episódio termine, depois da comoção pública apaziguada,
sem culpa deles.
Em
contrapartida, recairá a culpabilidade na natureza, no costão de rochas onde
batem as mais fortes ondas do litoral do Rio de Janeiro, e do próprio mar, onde
eles olvidam que o mar é um dos mais fortes elementos da natureza.
E para não
dizer que estou exagerando, esse prelúdio já se manifestava na década de 1980
quando ao ser atropelado por uma onda quando passava de carro pela Avenida
Delfim Moreira, no Leblon, Raul Seixas resignou-se: “a onda está certa, o que está errado é esse
negócio de aterro, bota edifício aí”.
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